domingo, 14 de abril de 2013

Vício em sexo é considerado doença e possui tratamento

A compulsão sexual pode ser considerada um transtorno psicológico que necessita de tratamento. É o que afirma o psiquiatra Aderbal Vieira Júnior, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Proad - Unifesp). Ele informa que o vício por sexo ataca adultos entre idades de 30 a 60 anos e é mais decorrente em homens.

A doença atinge de 3% a 6% da população. Aqui no Brasil, estes números ficam próximos a nove milhões de pessoas. Isto é o que aponta o psicólogo Patrick Carnes, doutor em dependência de sexo. As principais características do mal são o comprometimento do convívio com demais pessoas e perda de noção do momento, onde a pessoa passa maior parte do seu tempo pensando em sexo. O vício pode ser detectado desde a adolescência, onde Júnior afirma que esta é a época em que a pessoa se conhece sexualmente. Para contextualizar o distúrbio, foram criados os termos populares chamados “ninfomaníaca”, que caracteriza mulheres e “Don Juanismo”, para homens.

X admite sua compulsão sexual
(foto retirada da entrevista abaixo)
“Gosto muito de transar. Adoro fazer sexo”, exclama X, de 40 anos, que apesar de ser mulher, admite sua incontrolável sede sexual. “Quando eu era casada, se passasse mais de três dias sem transar eu passava mal”. Ela comenta que a vontade, em algumas ocasiões, chega a ser tão intensa que qualquer atitude pode fazê-la se excitar. “Se eu assisto um cachorro fazendo na rua, por exemplo, já me deixa com tesão”. O primeiro casamento durou 17 anos, no qual ela fala que transava, em média, quatro vezes por semana. Atualmente, casada pela segunda vez, ela conta tenta conter-se, porém, reconhece que não é simples. “Eu sei que é psicológico e com ele eu tento me manter tranquila”. X. conta que, para se aliviar da ‘necessidade’ do sexo conjugal, busca se masturbar. “Eu me toco bastante. Até mesmo tendo um parceiro. Se sinto que quero transar e a hora não é a mais adequada me masturbo”. X, que se abre com as amigas para falar sobre o assunto, aproveita para dizer que se diverte. “Elas me perguntam como é, o que eu faço, dizem que sou privilegiada por possuir este desejo”.

Confira um trecho da entrevista que fiz com X.



Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia em 2012, liderado pelo professor de psiquiatria Rory Reid, reuniu 207 pessoas, sendo que cerca de 150 procuraram ajuda para dependência sexual e 50 para tratamento de ansiedade. A pesquisa mostrou que 88% dos pacientes foram diagnosticados como hipersexuais. Estas admitiram não assistir compulsoriamente filmes pornográficos ou fazer sexo com frequência. Porém, declararam não controlar seus desejos, algumas, chegando a perder o emprego por não ter a capacidade de conter seus impulsos.

Dentre os principais tratamentos para controle de impulso, de acordo com o Dr. Aderbal Júnior, estão psicoterapia psicodinâmica, onde o paciente é auxiliado em redescobrir e compreender sua sexualidade para diminuir a compulsão. Terapia cognitivo-comportamental, no qual o paciente identifica e modifica alguns hábitos a fim de diminuir suas vontades sexuais e, por fim e em últimos casos, medicamentos que inibem a libido.

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